sábado, 19 de dezembro de 2009

A familia dos ex-namorados


Como um filho pode dar grandes dores de cabeça a um pai !


Hoje aconteceu-me um episodio engraçado!


Fui ao supermercado (com os minutos contados) e não existindo lugar para o carro no estacionamento do cujo, estacionei o carro numa área não destinada a tal fim. Eis senão quando olho para o carro (e que carro, meu Deus) que estava estacionado, tambem de forma errante, bem à minha frente. Pimbas, era o carro do meu mais recente ex-namorado (e vá lá que os conto pelos dedos da mão).


Confesso o leve acelerar do coração e o sorriso que deixei escapar, mas rapidamente voltei à realidade: estava com imensa pressa e esqueci as probabilidades de o encontrar uma vez que o supermercado é enorme e eu não iria andar às voltinhas porque sabia bem o que queria!


Sai do carro, tranquei o carro e ao voltar-me em direcção ao supermercado, pimbas outra vez. Não era o ex mas era o pai do ex (senhor que eu tanto adoro e admiro apesar do contacto ter sido pouco e ocasional).


Sorri com algum receio que ele não me reconhecesse mas sem que a hipotese de não lhe falar se me atravessasse pelo juizo! Mas qual sorrir, qual quê! O senhor pousa os sacos no chão e abre os braços para me abraçar!


Estupfacta mas feliz dele me ter reconhecido e de me estar a receber de forma tão calorosa um sorriso rasgado apodera-se da minha cara!

- Querida, que é feito de ti, minha querida???? - diz ele de braços abertos enquanto eu respodia ao abraço, de leve. Juntamente com o abraço seguiram-se os dois beijinhos com os quais os oculos que levava na cabeça me escorregam para trás e ele, sempre cavalheiro, apanha já no final do meu pescoço evitando que caissem.


Seguiu-se a conversa típica de quem não nos é muito próximo mas por quem guardamos um grande carinho e que já não vemos à muito tempo. Perguntou-me o que era feito de mim, cobrou o facto de nunca mais ter aparecido [mal sabe ele que apareço bem mais vezes na casa dele do que ele sonha, aliás, porque quando apareço ele já está mesmo a dormir =) ]. Tive a noção que deixei escapar um sorriso malandro que disfarcei dizendo "Pois, já sabe como é sr. A.!" Desejando que ele entendesse algo como "Pois, já sabe que as coisas às vezes não funcionam e vocÊ bem conhece o seu filho e conhece a nossa história...seria de prever!".


Trocaram-se mais umas palavrinhas, comentei o facto dele ter deixado crescer o cabelo e que o novo corte lhe ficava bem, elogiei a sua sempre cativante aparencia e boa disposição e seguiram-se os desejos de um Feliz Natal !


Despediu-se com mais um abraço e uns beijinhos até que eu disse: "E mande um beijinho ao J. está bem??"


Jesus!!!! Foi neste momento que percebi que nunca o deveria ter dito (apesar de ser obvio que o iria fazer). O meu querido sr. A. ficou sem saber o que dizer porque automaticamente e sem sequer pensar soltou de imediato um sentido "Ohhh o J. Esse ainda lá está ferrado...renhenheu" porque ao sair-se com esta lamentação continuou a frase entre dentes, desviou primeiro o olhar, e em seguida de forma atrapalhada começou a pôr os sacos dentro do carro. A frase dita de forma tão atrapalhada e 'dentifricamente cerrada' acabou assim "Vá, bom Natal", e um grande sorriso de despedida!


Neste momento soltei uma leve gargalhada e disse "Sim, bom Natal então :) " .


Pois é meus caros e minhas caras, acontece que eu sei que é pratica corrente do meu ex-querido levar lá para casa as namoradas e elas acabam por lá dormir. E o meu querido sr. A. é senhor para ter ido ao supermerdaco comprar o pequeno-almoço e o almoço para os dois. Achei deveras piada ao desesperado entre-dentes do meu ex-sogrinho porque o entendo perfeitamente.


Eles têm uma relação mais que espectacular e o J. faz vida de solteiro e independente, bem à vontade, na casa do pai! E este por sinal é do mais jovem, divertido, cavalheiro e acolhedor que há! Sei que ele não concorda com este esquema do J. e repreende-o mas deixa-o continuar porque aquela é a casa dos dois e porque quer que o filho se sinta à vontade e que viva a vida dele. Daí, eu só aparecer lá em casa quando o A. já dorme e sair antes dele acordar porque antes daquela ser a casa do J. já era a casa do pai dele e acho que se deve esse respeito!


Bem, concluo que realmente é duro ser-se pai assim: o filho em casa a dormir com a actual, enquanto o pai compra o sustento alimentar de ambos e se depara com a ex!

É complicado, acreditem ! =)

2 comentários:

  1. isso é que foi uma "simplicidade complicada" em forma de atitude bem gerida de descomplicar.

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  2. Epa, esse gajo é o maior da aldeia dele! cada noite uma? e de vez em quando passa por lá também a namorada??? hahahaha! a isso é k eu chamo fazer rodar o plantel!! =D

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Simplicidades