sábado, 7 de março de 2009

Índia


D e idade avançada e indiana. Passou a tarde toda a chatear! Parecia uma criança pequena a insistir com os pais para que lhe comprassem o brinquedo que tanto queria.

- Ligue para o meu filho! Quero saber quem me vem buscar! - dizia ela interminável e ininterruptamente.

- Mas eu já liguei! Ninguém atende! Eu e o meu colega passamos a tarde a liguar. Vamos continuando a tentar, está bem?

E passou a tarde nisto! Desorientada, descompensada, oscilando entre estados de ansiedade e de apatia.

Finalmente alguém atende!!! A conversa demorou-se porque do outro lado uma simpática e doce voz feminina desabafava.

Durante todo o telefonema senti-me docemente observada. "Voltou à apatia" pensei.

A conversa telefónia termina e de forma bastante carinhosa e até maternal (atrevo-me a dizer) ela agarra-me na mão, esboça um sorriso e diz:

- Tem uns olhos liiiindos minha menina! Nunca vi olhos brilharem tanto! Lindos! Que Deus conserve o brilho desses olhos!


De imediato eles brilharam ainda mais, mas desta vez devido às lágrimas. Se ela soubesse o que significou para mim reparar no brilho dos meus olhos. . .

A minha garganta ia soltar a pergunta irónica sem que sequer o meu cerebro pensasse "E acha que é brilho de alegria ou tristeza?" . . . Ainda bem que a pergunta não se soltou... A vontade instantanea e quase incontrolável de chorar foi maior!


Brilhar... espero que os meus olhos brilhem sempre! Mas sem ti, e por ti, sei que não brilham tanto quanto poderiam brilhar!!!


Tenho saudades! Tenho revolta! Tenho raiva! Tenho um nó enorme no coração!


Detesto posts deprimentes! Mas quem me conhece sabe que mesmo quando estou de coração apertado o humor se eleva, chegando mesmo a ser inconviniente e sarcástica comigo própria e acabando por chorar, mas de rir com a minha própria dor!

Sabem que, quando o caso é grave, me reservo, me isolo e ignoro o assunto até este estar resolvido no meu coração! Talvez por não falar tanto do que sinto quanto devia, talvez por me calar quando me apetece gritar depois me vingue na escrita.

Sorrir... sorrio sempre! Mas doer... doer também doi! E dói muito quando dói! ! !

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Simplicidades