" Não sou uma rapariga de ter medos. Nunca fui. Não tinha medo de ir para a escola a pé. Não tinha, nem tenho, medo de pôr uma mochila às costas e ir de viagem sem nada marcado, com uma amiga, com ele ou até os três. Não tenho medo de estar num lugar onde não pertenço, de falar com um desconhecido ou de apanhar o metro à noite, nem em Lisboa, nem em Nova Iorque. Não tive medo quando era, tantas vezes, a única branca dentro de um autocarro. Nem quando fui a uma discoteca gay, tão gay, como eu nunca tinha visto. Não tive medo de ir grávida para Cuba e andar muito de camioneta, de vaguear na Cidade do México ou em Marraquexe, só as duas, mulheres. Já quanto a animais, tenho mais medo de um pássaro a esvoaçar ou de um gato desconfiado do que de ratos e de aranhas. Também nunca tive medo de viver sozinha ou de estar sozinha em casa. Nestas temporadas de mãe solteira, não tenho medo, algum, de não dar conta do recado. Mas, desde que ele [o Pai] se foi e que ela [a Constança] existe, tenho [ainda mais, muito mais] medo de uma coisa. Da minha morte."
Ma Petite Princesse
Simply Simple!
Try to know me, Try to move me...
terça-feira, 12 de novembro de 2013
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
E squeçam os desgostos de amor. Esqueçam as músicas melancólicas que nos faziam chorar. Esqueçam os arrufos de família. Esqueçam os medos de falharem num exame ou de darem um valente trambolhão a caminho do altar. Esqueçam o medo de que ele poderá estar a trocar olhares com outra.
Estou grávida: não planeado. Não consegui fazer a interrupção que o pai da criança tanto desejava.
Esqueçam as chatices no trabalho. Esqueçam o medo de ficar sem emprego. Esqueçam até a dor de terem perdido alguém que amam para a eternidade. Esqueçam isso tudo... A dor de ser rejeitada, odiada e abandonada pelo nosso companheiro e pai do nosso filho é algo sem explicação. Chegamos a sofrer mais por este ser humano rejeitar a nossa cria do que a nós mesmas. É o amor incondicional a falar mais alto, instintivamente.
Dói desmedidamente. Dói mais ainda sentir que amamos o nosso filho e que todas as mudanças consequentes na nossa vida devido ao seu nascimento nem sequer serão sacrifícios, e que mais ninguém o ama desta forma.
Dói imaginar o momento do parto, em que conhecerei o meu filho, sentirei o seu cheiro e ouvirei o seu choro, e ninguém mais o vai sentir assim, na mesma medida que eu, na medida de pai.
Esqueçam todas as dores anteriores... só me ocorre uma dor que poderá ser maior que esta: ver um filho partir.
Estou grávida: não planeado. Não consegui fazer a interrupção que o pai da criança tanto desejava.
Esqueçam as chatices no trabalho. Esqueçam o medo de ficar sem emprego. Esqueçam até a dor de terem perdido alguém que amam para a eternidade. Esqueçam isso tudo... A dor de ser rejeitada, odiada e abandonada pelo nosso companheiro e pai do nosso filho é algo sem explicação. Chegamos a sofrer mais por este ser humano rejeitar a nossa cria do que a nós mesmas. É o amor incondicional a falar mais alto, instintivamente.
Dói desmedidamente. Dói mais ainda sentir que amamos o nosso filho e que todas as mudanças consequentes na nossa vida devido ao seu nascimento nem sequer serão sacrifícios, e que mais ninguém o ama desta forma.
Dói imaginar o momento do parto, em que conhecerei o meu filho, sentirei o seu cheiro e ouvirei o seu choro, e ninguém mais o vai sentir assim, na mesma medida que eu, na medida de pai.
Esqueçam todas as dores anteriores... só me ocorre uma dor que poderá ser maior que esta: ver um filho partir.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
"Viva os seus sonhos!"
Larguei a mão para cair no sono. Sonhei que, mais uma vez, o trato do meu coração tinha sido descuidado. Doeu. Gritei muito no sonho. Era noite fria e chuvosa. Nunca se fez dia, ainda que me recordo de, no sonho, me deitar para dormir. E voltava a acordar para a noite.
No meu sonho não tinha mais ninguém (sintomático da realidade). Não tinha para onde ir, não tinha quem me acolhesse, não tinha como sair dali. E também por isso fiquei. Fiquei a primeira noite depois de ter descoberto a traição. E ele ia embora na noite seguinte. Fiquei por que o coração e a cabeça levam tempo a perceber que tudo mudou. Levam tempo a aceitar o desaparecimento de alguém nas nossas vidas. Também por isso fiquei, tinha de me despedir, tinha de perceber que era ali que tudo terminava. Lembro-me de gritar no meu sonho! De gritar muito! De chorar e sentir a perda. De saber que nada podia fazer. De saber que o tinha perdido por que o meu prórpio coração não aceitaria ficar. Ainda que o quisesse tanto.
Tinha deixado a minha casa para ir viver com ele. Gritei várias vezes que não tinha para onde ir, mas me era impossivel ali ficar. Aqui entendi uma coisa muito importante. O desamparo e abandono doiam, mas não mais que a traição e a obrigatoriedade de deixar quem jamais queria largar. Doia o olhar desta pessoa, de indiferença fingida, de frieza dissumilada enquanto os seus olhos se enchiam de lágrimas para logo em seguida rematar com racionalidades. Admitir o erro e pedir perdão? Empatizar-se com o facto de ter pegado no meu coração e o ter rasgado em pedaços miudos? Jamais.
Cada grito meu pretendia exorcisar a dor e a luta que ia dentro de mim: não quero ir, não quero que vás, quero apagar tudo isto, mas não consigo, mas não é possivel. A luta das dualidades injustas e dolorosas. Acho que chorei para lá do sonho, creio que gritei para lá do sonho.
Não quero saber o que dizem, para mim a realidade de um sonho é simples: se o estivemos a viver, ele aconteceu para nós! Por isso esta noite fui traida, magoada, mal tratada e abandonada.
Obrigada inconsciente! Até uma dor assim pode ser construtiva. Espero que o teu escape de hoje te tenha aliviado as memórias, as mágoas e as recordações. Ambos sabemos que, neste dia aqui no plano real, irá doer da mesma forma, mas seremos capazes de sorrir de novo.
No meu sonho não tinha mais ninguém (sintomático da realidade). Não tinha para onde ir, não tinha quem me acolhesse, não tinha como sair dali. E também por isso fiquei. Fiquei a primeira noite depois de ter descoberto a traição. E ele ia embora na noite seguinte. Fiquei por que o coração e a cabeça levam tempo a perceber que tudo mudou. Levam tempo a aceitar o desaparecimento de alguém nas nossas vidas. Também por isso fiquei, tinha de me despedir, tinha de perceber que era ali que tudo terminava. Lembro-me de gritar no meu sonho! De gritar muito! De chorar e sentir a perda. De saber que nada podia fazer. De saber que o tinha perdido por que o meu prórpio coração não aceitaria ficar. Ainda que o quisesse tanto.
Tinha deixado a minha casa para ir viver com ele. Gritei várias vezes que não tinha para onde ir, mas me era impossivel ali ficar. Aqui entendi uma coisa muito importante. O desamparo e abandono doiam, mas não mais que a traição e a obrigatoriedade de deixar quem jamais queria largar. Doia o olhar desta pessoa, de indiferença fingida, de frieza dissumilada enquanto os seus olhos se enchiam de lágrimas para logo em seguida rematar com racionalidades. Admitir o erro e pedir perdão? Empatizar-se com o facto de ter pegado no meu coração e o ter rasgado em pedaços miudos? Jamais.
Cada grito meu pretendia exorcisar a dor e a luta que ia dentro de mim: não quero ir, não quero que vás, quero apagar tudo isto, mas não consigo, mas não é possivel. A luta das dualidades injustas e dolorosas. Acho que chorei para lá do sonho, creio que gritei para lá do sonho.
Não quero saber o que dizem, para mim a realidade de um sonho é simples: se o estivemos a viver, ele aconteceu para nós! Por isso esta noite fui traida, magoada, mal tratada e abandonada.
Obrigada inconsciente! Até uma dor assim pode ser construtiva. Espero que o teu escape de hoje te tenha aliviado as memórias, as mágoas e as recordações. Ambos sabemos que, neste dia aqui no plano real, irá doer da mesma forma, mas seremos capazes de sorrir de novo.
Hold on and let it go
Era o seu braço direito que me abraçava. Passava por baixo do meu pescoço e enrolava-se pousando a mão no meu ombro direito. Eu ficava abraçada, encostada no seu peito, à espera de adormecer. A minha mão esquerda segurou na sua direita, pousada no meu ombro. Só entendi que estava a segura-la com bastante força quando comecei a sentir as suas pulsações na mão, como se a minha mão estivesse a cortar a circulação da sua. Neste momento já estava num estado quase adormceida. Instintivamente a minha mão aliviou a pressão, para depois relaxar progressivamente escorregando vagarosa e pausadamente como se a cada par de pulsações fosse perdendo mais e mais força.
Estava consciente mas adormecida o suficiente para assistir a tudo como espectadora. A minha mão foi escorregando, relaxando, libertando-se de força e perdendo a mão dele. Pensava "hold on...hold on...he is the one you love and his hand on yours feels like the best thing in the world". Sim, muitas vezes penso em inglês! Quando a mão não obedeceu ao comando pensei "I almost forgot that this is life: hold on and let it go!". And so I let it go! Although I didn't want to.
Estava consciente mas adormecida o suficiente para assistir a tudo como espectadora. A minha mão foi escorregando, relaxando, libertando-se de força e perdendo a mão dele. Pensava "hold on...hold on...he is the one you love and his hand on yours feels like the best thing in the world". Sim, muitas vezes penso em inglês! Quando a mão não obedeceu ao comando pensei "I almost forgot that this is life: hold on and let it go!". And so I let it go! Although I didn't want to.
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Os verdadeiros amigos
É tão bom estar num friendly coffee e a outra pessoa começar a tua frase e terminar o teu pensamento. Chegar ao ponto em que ficamos calados a ouvir esta pessoa falar por nós e descrever o que sentimos e pensamos muito melhor do que eu seria capaz de o fazer.
Sabem como se chama a isto?? Verdadeira amizade! Alguém que não precisa estar todos os dias connosco para nos conhecer desta forma. E nos amar assim, tal qual como somos!
Fico muito feliz de ter vários amigos assim :)
Sabem como se chama a isto?? Verdadeira amizade! Alguém que não precisa estar todos os dias connosco para nos conhecer desta forma. E nos amar assim, tal qual como somos!
Fico muito feliz de ter vários amigos assim :)
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
A cura
Há quem chegue a determinado patamar da sua vida e perceba que, ao olhar para trás, toda a sua vida foi feita de decisões que, apesar de suas, foram influenciadas e tremendamente pressionadas por outros. Em grande parte, a familia (como era de esperar).
Quando uma pessoa se sente infeliz e percebe que, a sua vida foi subtilmente (ironia) conduzida por mãos no leme que não as suas, a revolta nasce. Conheço esta revolta! Conheço o sufoco de querermos fugir de algo que nos faz, efectivamente, mal e não termos qualquer apoio para seguir noutra direcção. E, como consequencia disso mesmo, falta-nos o apoio, a logistica e a coragem para abandonarmos um caminho que já nos é conhecido e por isso tomamo-lo como estável, para um outro caminho de incertezas, surpresas e instabilidade, ainda mais sem qualquer suporte logistico e emocional dos que mais nos são proximos. Meu Deus, como a dor e a revolta é tremenda! Chegamos a ter a certeza que aqueles que deveriam ser os elementos que mais nos deveriam amar e querer bem, são exacta e precisamente aqueles que nos estão a amarrar ao que nos faz infeliz e a bloquear um caminho que queremos percorrer e que vislumbramos de felicidade.
Em retrospectiva agrada-me perceber que existem duas grandes decisões na minha vida que "adaptei" em função do que me foi dito que seria o melhor para mim. Confesso que não as senti realmente no meu coração como decisões certas mas, tomei-as como sendo realmente as mais acertadas por ouvir as vozes daqueles que tomo como sendo os que mais me amam e me querem melhor.
Talvez pela natureza do meu ser, pela minha necessidade de ser independente, pela minha persistência e casmurrice quando se trata na gerência da minha vida, as decisões que agora identifico como "decisões influenciadas" (chamemos-lhe assim) foram decisões "intermedias, ou seja, foram negociações ponderadas entre o que realmente eu queria e o que, suibtilmente, a minha familia me levou a fazer. Digo subtilmente por que sendo eles conhecedores do meu génio de determinação, sabem bem que só poderiam manipulara minha decisão em pequena percentagem e, assim, dentro do campo da minha decisão, convenceram-me que poderia modificar nuances para meu proprio bem. Nuances que, anos volvidos, se percebem que são bem mais que isso.
Entristece-me olhar para estas decisões e para o destino onde me trouxeram. Entristece-me, revolta-me, doi-me. E depois sigo em frente. Até doer outra vez!
Imagino só quem, por motivos diversos e todos eles válidos (assim o vejo), tomou grandes e repetidas decisões na sua vida com base na pressão da sua familia. É um sofrimento continuado e uma revolta dificil de gerir.
Ainda assim, é possivel fazerem-se as pazes com quem nos roubou o leme e connosco proprios por o termos permitido.
É possivel resolver a dualidade encarcerada em nós da nossa voltade cedida em prol da opiniao de outrem, e o sentimento de alivio e desresponsabilização que isso nos trouxe no momento.
Não nos podemos é esquecer que, apesar de toda a dor e revolta que nos traz uma retorspectiva da nossa propria vida, desprovida de sentimento de realização e comando, sentindo quase que não a vivemos como desejavamos, que toda uma vida (a nossa) foi vivida como que por alguém que não nós, ao sabor de uma maré que desconhecemos, mas contra a qual também não lutamos, alimenta um vazio brutal em nós.
E (aqui fica o essencial da cura!) quando nos deixamos levar por este vazio; tomando refugio nele como desculpabilização de toda a nossa dor e sentimento de impotência; como desculpa e refugio de toda a nossa revolta e incapacidade de aceitação que assim foi e é a nossa vida,; quando, por estes condicionamentos que nos foram ensinados ao longa da vida, sentimos que é dificil ou inutil agarrar o leme da nossa vida; quando assim é e quando continuamos a tomar decisões (nossas!) mas ainda dependentes destes condicionamentos, estamos a perpetuar o ciclo que, em primeira instância provocou todo este vazio. Estamos, de forma indirecta, a atribuir e perpetuar poder a quem nos roubou a vida em primeiro lugar por que as nossas decisões continuam a ser tomadas nos moldes que nos foram impostos.
E assim, estamos a alimentar o problema, snedo incapazes de sermos pessoas decididas, firmes, mas amorosas, tranquilas e flexiveis perante as surpresas que a vida vai, aleatoriamente, trazendo. Acreditamos que não somos fortes o suficiente para tomar o leme da nossa vida por que alguém sempre tomou esse lugar por nós.
Acreditemos então que somos capazes! Por que somos! Não perpetuemos o ciclo contra o qual nos revoltamos. Tomemos as redeas! Valorizemos o que temos de bom, alimentemos as nossas relações de amor, não procuremos a cura em todo o canto, esquina, cão ou pessoa. A cura não está lá fora: está dentro de nós. E cada "decisão certa", de amor e rectidão que tomamos, é um comprimido que tomamos para alivio e cura da dor. O oposto são meros alimentos e adubos daquilo que pretendemos fugir.
A cura passa pelo prazer duplo de tomarmos a decisão acertada que o nosso coração grita e pelo prazer de estarmos a aniquiliar, aos poucos, parte do vazio.
Quando uma pessoa se sente infeliz e percebe que, a sua vida foi subtilmente (ironia) conduzida por mãos no leme que não as suas, a revolta nasce. Conheço esta revolta! Conheço o sufoco de querermos fugir de algo que nos faz, efectivamente, mal e não termos qualquer apoio para seguir noutra direcção. E, como consequencia disso mesmo, falta-nos o apoio, a logistica e a coragem para abandonarmos um caminho que já nos é conhecido e por isso tomamo-lo como estável, para um outro caminho de incertezas, surpresas e instabilidade, ainda mais sem qualquer suporte logistico e emocional dos que mais nos são proximos. Meu Deus, como a dor e a revolta é tremenda! Chegamos a ter a certeza que aqueles que deveriam ser os elementos que mais nos deveriam amar e querer bem, são exacta e precisamente aqueles que nos estão a amarrar ao que nos faz infeliz e a bloquear um caminho que queremos percorrer e que vislumbramos de felicidade.
Em retrospectiva agrada-me perceber que existem duas grandes decisões na minha vida que "adaptei" em função do que me foi dito que seria o melhor para mim. Confesso que não as senti realmente no meu coração como decisões certas mas, tomei-as como sendo realmente as mais acertadas por ouvir as vozes daqueles que tomo como sendo os que mais me amam e me querem melhor.
Talvez pela natureza do meu ser, pela minha necessidade de ser independente, pela minha persistência e casmurrice quando se trata na gerência da minha vida, as decisões que agora identifico como "decisões influenciadas" (chamemos-lhe assim) foram decisões "intermedias, ou seja, foram negociações ponderadas entre o que realmente eu queria e o que, suibtilmente, a minha familia me levou a fazer. Digo subtilmente por que sendo eles conhecedores do meu génio de determinação, sabem bem que só poderiam manipulara minha decisão em pequena percentagem e, assim, dentro do campo da minha decisão, convenceram-me que poderia modificar nuances para meu proprio bem. Nuances que, anos volvidos, se percebem que são bem mais que isso.
Entristece-me olhar para estas decisões e para o destino onde me trouxeram. Entristece-me, revolta-me, doi-me. E depois sigo em frente. Até doer outra vez!
Imagino só quem, por motivos diversos e todos eles válidos (assim o vejo), tomou grandes e repetidas decisões na sua vida com base na pressão da sua familia. É um sofrimento continuado e uma revolta dificil de gerir.
Ainda assim, é possivel fazerem-se as pazes com quem nos roubou o leme e connosco proprios por o termos permitido.
É possivel resolver a dualidade encarcerada em nós da nossa voltade cedida em prol da opiniao de outrem, e o sentimento de alivio e desresponsabilização que isso nos trouxe no momento.
Não nos podemos é esquecer que, apesar de toda a dor e revolta que nos traz uma retorspectiva da nossa propria vida, desprovida de sentimento de realização e comando, sentindo quase que não a vivemos como desejavamos, que toda uma vida (a nossa) foi vivida como que por alguém que não nós, ao sabor de uma maré que desconhecemos, mas contra a qual também não lutamos, alimenta um vazio brutal em nós.
E (aqui fica o essencial da cura!) quando nos deixamos levar por este vazio; tomando refugio nele como desculpabilização de toda a nossa dor e sentimento de impotência; como desculpa e refugio de toda a nossa revolta e incapacidade de aceitação que assim foi e é a nossa vida,; quando, por estes condicionamentos que nos foram ensinados ao longa da vida, sentimos que é dificil ou inutil agarrar o leme da nossa vida; quando assim é e quando continuamos a tomar decisões (nossas!) mas ainda dependentes destes condicionamentos, estamos a perpetuar o ciclo que, em primeira instância provocou todo este vazio. Estamos, de forma indirecta, a atribuir e perpetuar poder a quem nos roubou a vida em primeiro lugar por que as nossas decisões continuam a ser tomadas nos moldes que nos foram impostos.
E assim, estamos a alimentar o problema, snedo incapazes de sermos pessoas decididas, firmes, mas amorosas, tranquilas e flexiveis perante as surpresas que a vida vai, aleatoriamente, trazendo. Acreditamos que não somos fortes o suficiente para tomar o leme da nossa vida por que alguém sempre tomou esse lugar por nós.
Acreditemos então que somos capazes! Por que somos! Não perpetuemos o ciclo contra o qual nos revoltamos. Tomemos as redeas! Valorizemos o que temos de bom, alimentemos as nossas relações de amor, não procuremos a cura em todo o canto, esquina, cão ou pessoa. A cura não está lá fora: está dentro de nós. E cada "decisão certa", de amor e rectidão que tomamos, é um comprimido que tomamos para alivio e cura da dor. O oposto são meros alimentos e adubos daquilo que pretendemos fugir.
A cura passa pelo prazer duplo de tomarmos a decisão acertada que o nosso coração grita e pelo prazer de estarmos a aniquiliar, aos poucos, parte do vazio.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
A pura das Verdades
Um dia, um grande amigo meu disse-me:
- Bolas, não sejas daquelas quarentonas amarguradas com a vida que passam o tempo interio certas do que não querem. Tão certas, tão certas que só pensam e dizem o que não querem que é exactamente isso que atraem. E depois usam a desculpa da "vida" para justificarem serem infelizes e amarguradas.
Este meu amigo é dotado de uma magia e sabedoria que me fazem ama-lo com todo o meu coração de uma forma desprendida e pura, ambos certissimos de que somos amigos de alma, impossiveis de separar, ainda que longe um do outro em termos espaciais ou temporais. Amor tão certo e puro que não há "maldade" ou intenções ocultas ou de qualquer cariz que não seja só amizade (sim, isto existe de verdade!).
E este meu amigo tem toda a razão! Passo a explicar: acabo de almoçar "por engano" numa mesa com três mulheres mais velhas: uma em processo de divórcio, outra divorciada e outra prestes a oficializar noivado.
A que está prestes a ser pedida em casamento atende o telefone e começa a conversa com "Está meu amor?!" e termina o telefonema a dizer "Não sejas louco, já te disse que não quero que faças pedido nenhum! Tu tem juizo, por favor!". Desliga a chamada e esclarece-nos que sabe que o namorado tem o pedido preparado mas que não quer que ele o faça por que não quer casar!
- Tive uma relação anteriormente que não correu bem. O meu namorado é dedicadissimo e até acho que gosta mais de mim que eu dele. Dedica-se mais a esta relação que eu! Eu gosto dele mas estou escaldada da minha relação anterior. Sei lá se quero agora casar... Se bem que corre tudo espetacular com o B. Mas sei lá...tenho medo!
A que está em processo de divórcio começa a palestra de que são todos iguais e que a amiga realmente não deve casar! Que é uma parvoice e são só ilusões e que a verdade é que não vale a pena.
- Não sabes tu naquilo em que te vais meter! Deixa-te mas é de coisas, rapariga!
A divorciada confirma a palestrante anterior. Os homens são realmente não prestam! O dela traiu-a várias vezes enquanto ela ficava em casa a cuidar da casa, a lavar-lhe a roupa e a cuidar das crianças.
- Agora só uso a cabeça. Acabou-se o coração! Agora só estou com alguém por cabeça! Do meu coração não sai mais nada.
Aqui fiquei a meio de uma dentada. Tive de pousar a minha sandes quando o discurso continuou e agravou, sempre na mesma linha de desdém pelos homens e orgulho em se ter tornado uma pessoa fria e calculista no que toca aos homens, declarando que não estava com mais nenhum homem por gostar, mas só por interesse, por que "agora é a cabeça que funciona, por que sei muito bem como eles são, e sei muito bem o que não quero!". Aqui encostei-me na cadeira por que já estava demasiadamente incomodada.
Na verdade, senti incomodo pelo teor da conversa e senti pena desta pessoa. Verdadeira compaixão por a vida a ter feito passar por tanto, ao ponto da mesma se encontrar nesta situação de declarar isto com orgulho. Entristeceu-me e doeu-me saber que tinha sido tão magoada, afinal todas nós já fomos e sabemos bem o quanto dói. Mas não pude deixar de me lembrar das palavras do meu amigo. Ele tem razão. A vida amargura MUITA gente e, para quem não conseguir dar a volta, este é o lugar onde se chega.
Fará a vida sentido quando não acreditamos ou nos permitimos mais amar? Por que acreditamos tão pouco que sentir é bom? Sentir o bom e o mau! Sentir é grande parte do que temos.
Não me irei focar no que não quero. Não irei ser amarga. Assim, irei sempre ser uma pessoa que, apesar das desavenças da vida, irei sempre acreditar que o amor, o carinho e doçura fazem de nós seres maravilhosos. Acho a amargura feia e castradora.
- Bolas, não sejas daquelas quarentonas amarguradas com a vida que passam o tempo interio certas do que não querem. Tão certas, tão certas que só pensam e dizem o que não querem que é exactamente isso que atraem. E depois usam a desculpa da "vida" para justificarem serem infelizes e amarguradas.
Este meu amigo é dotado de uma magia e sabedoria que me fazem ama-lo com todo o meu coração de uma forma desprendida e pura, ambos certissimos de que somos amigos de alma, impossiveis de separar, ainda que longe um do outro em termos espaciais ou temporais. Amor tão certo e puro que não há "maldade" ou intenções ocultas ou de qualquer cariz que não seja só amizade (sim, isto existe de verdade!).
E este meu amigo tem toda a razão! Passo a explicar: acabo de almoçar "por engano" numa mesa com três mulheres mais velhas: uma em processo de divórcio, outra divorciada e outra prestes a oficializar noivado.
A que está prestes a ser pedida em casamento atende o telefone e começa a conversa com "Está meu amor?!" e termina o telefonema a dizer "Não sejas louco, já te disse que não quero que faças pedido nenhum! Tu tem juizo, por favor!". Desliga a chamada e esclarece-nos que sabe que o namorado tem o pedido preparado mas que não quer que ele o faça por que não quer casar!
- Tive uma relação anteriormente que não correu bem. O meu namorado é dedicadissimo e até acho que gosta mais de mim que eu dele. Dedica-se mais a esta relação que eu! Eu gosto dele mas estou escaldada da minha relação anterior. Sei lá se quero agora casar... Se bem que corre tudo espetacular com o B. Mas sei lá...tenho medo!
A que está em processo de divórcio começa a palestra de que são todos iguais e que a amiga realmente não deve casar! Que é uma parvoice e são só ilusões e que a verdade é que não vale a pena.
- Não sabes tu naquilo em que te vais meter! Deixa-te mas é de coisas, rapariga!
A divorciada confirma a palestrante anterior. Os homens são realmente não prestam! O dela traiu-a várias vezes enquanto ela ficava em casa a cuidar da casa, a lavar-lhe a roupa e a cuidar das crianças.
- Agora só uso a cabeça. Acabou-se o coração! Agora só estou com alguém por cabeça! Do meu coração não sai mais nada.
Aqui fiquei a meio de uma dentada. Tive de pousar a minha sandes quando o discurso continuou e agravou, sempre na mesma linha de desdém pelos homens e orgulho em se ter tornado uma pessoa fria e calculista no que toca aos homens, declarando que não estava com mais nenhum homem por gostar, mas só por interesse, por que "agora é a cabeça que funciona, por que sei muito bem como eles são, e sei muito bem o que não quero!". Aqui encostei-me na cadeira por que já estava demasiadamente incomodada.
Na verdade, senti incomodo pelo teor da conversa e senti pena desta pessoa. Verdadeira compaixão por a vida a ter feito passar por tanto, ao ponto da mesma se encontrar nesta situação de declarar isto com orgulho. Entristeceu-me e doeu-me saber que tinha sido tão magoada, afinal todas nós já fomos e sabemos bem o quanto dói. Mas não pude deixar de me lembrar das palavras do meu amigo. Ele tem razão. A vida amargura MUITA gente e, para quem não conseguir dar a volta, este é o lugar onde se chega.
Fará a vida sentido quando não acreditamos ou nos permitimos mais amar? Por que acreditamos tão pouco que sentir é bom? Sentir o bom e o mau! Sentir é grande parte do que temos.
Não me irei focar no que não quero. Não irei ser amarga. Assim, irei sempre ser uma pessoa que, apesar das desavenças da vida, irei sempre acreditar que o amor, o carinho e doçura fazem de nós seres maravilhosos. Acho a amargura feia e castradora.
Scene #625
E.- Hey, por que é que és assim? Por que é que fazes sempre o mesmo?
Ele (com cara de quem é apanhado desprevenido para mais uma discussão) - O que foi agora? Diz lá!
E.- Por que é que me roubas sempre a minha t-shirt de dormir? É por que é do Tintim não é? Tens de me roubar sempre as t-shirts? (repare-se que o oposto é o que acontece na realidade: não há melhor pijama que as t-shirts do nosso homem!)
Ele (com sorriso discreto e voz tranquila) - Não S.! A tua t-shirt está em cima da cama, dobradinha debaixo da minha!
Eu Speechless !
Não vos sei descrever o contentamento que senti. Foi felicidade, vos garanto! Preciso de tão pouco para ser feliz! Cá está: só preciso que o meu homem pegue na minha (dele) t-shirt de dormir, dobre e coloque junto à dele, como se ali fosse o seu lugar indubitavel.
Fui vestir a t-shirt e voltei com ela vestida para lhe dar um abraço.
Não contem a ninguém, fica aqui entre nós, mas apeteceu-me chorar um pouquinho de felicidade. É e tão bonito que existam pequenos gestos de união e carinho entre duas vidas que se juntaram por benção do destino. E é lindo sentir em mim que preciso de tão pouco para ser feliz.
Gestos grandiosos são bonitos, mas os mais pequenos e dedicados fazem TODA a diferença.
Ele (com cara de quem é apanhado desprevenido para mais uma discussão) - O que foi agora? Diz lá!
E.- Por que é que me roubas sempre a minha t-shirt de dormir? É por que é do Tintim não é? Tens de me roubar sempre as t-shirts? (repare-se que o oposto é o que acontece na realidade: não há melhor pijama que as t-shirts do nosso homem!)
Ele (com sorriso discreto e voz tranquila) - Não S.! A tua t-shirt está em cima da cama, dobradinha debaixo da minha!
Eu Speechless !
Não vos sei descrever o contentamento que senti. Foi felicidade, vos garanto! Preciso de tão pouco para ser feliz! Cá está: só preciso que o meu homem pegue na minha (dele) t-shirt de dormir, dobre e coloque junto à dele, como se ali fosse o seu lugar indubitavel.
Fui vestir a t-shirt e voltei com ela vestida para lhe dar um abraço.
Não contem a ninguém, fica aqui entre nós, mas apeteceu-me chorar um pouquinho de felicidade. É e tão bonito que existam pequenos gestos de união e carinho entre duas vidas que se juntaram por benção do destino. E é lindo sentir em mim que preciso de tão pouco para ser feliz.
Gestos grandiosos são bonitos, mas os mais pequenos e dedicados fazem TODA a diferença.
Try again
Pois é... O meu delicioso ritual de acordar às 6 da manhã todos os dias tem muito que se lhe diga. e me questionarem se gostava de focar na cama até o sono terminar por sua própria ordem e vontade claro que responderia que sim! Mas há um gosto especial em acordar cedo. O dia ainda está a começar, o mundo ainda está a despertar e eu tenho o privilegio de assistir à cidade em "despertamento". Não tenho grandes problemas em acordar cedo. Aliás, verdade seja dita, não tenho grandes problemas em acordar. Levanto-me expeditamente da cama, sem grandes espaços para ronha, não me recordo da última vez que acordei de mau humor. Acordo sempre normalissima da vida, bem-disposta, e com energia.
O inconveniente?! Interromper dia após dia o sono que se pretende ser natural, o facto de passar, em média 9 horas do meu dia em frente a um ecrã de computador a ler, a escrever, a produzir documentos, a receber chamadas de 5 em 5 minutos, a orientar documentação, a imprimir e digitalizar documentos, a distribuir papelada e a procurar papiros há muito perdidos e esquecidos. Adocicando as minhas agitadas horas de trabalho estão os conflitos e mesquinhices que envolvem uma grande instituição com falta de recursos, de espaço, e de boa-educação.
Quando piora?! Quando saio do meu local de trabalho, que mesmo já tenso a capacidade de switch off de toda esta bosta, preparando-me para o que realemnte valorizo e tomo como "minha vida" (esposo, familia, amigos, relax, leitura, desporto, estudo, convivio, tranquilidade) deparo-me na situação em que há gente muito mais cansada que eu à minha volta. E lá ando eu, como se estivesse acabado de acordar de um bom sono, de um lado para o outro, bem-disposta, sorridente, activa e não-queixosa.
O resultado?! Ninguém realmente percebe que estou CANSADA e que, dia após dia, combato esse cansaço in order to live. Depois termino o dia com o sentimento de que fiz um pouco de quase-tudo o que gostava de fizesse parte dos meus dias, com a sensação de que fui capaz de conciliar todos esses diferentes campos da minha vida.
O que chateia?! Contarem com a minha energia, falha de queixume e boa disposição, como se fosse minha obrigação andar sempre assim. Como se perdesse o direito a estar cansada, a ter mau humor, a estar mortiça e desanimada.
A solução?! Sinceramente não sei... Deverá passar por me queixar como se faz à boa moda portuguesa. Queixar-me, revoltar-me, vitimizar-me e fazer uso do meu puxado dia para merecer atenção, carinho e apoio. Mas não sou bem assim. Claro que me queixo e desabafo. Mas sempre com leveza e desvalorizando o assunto. Se for eu a primeira a valoriza-lo, serei eu mesma a alimentar a minha letargia. E se não a quero, por que hei-de alimenta-la?
Mas, por favor, não usem o facto de não me queixar como arma contra mim mesma. Não usem o meu esforço de virar o jogo do cansaço para boa-disposição para sugarem a minha energia. Façam vocês o mesmo e virem o jogo! É possivel ser-se bem disposto e activo, mesmo quando o cenário sugere o oposto. É possivel.
O que sabe bem?! Um dia não ter que precisar de me queixar, nem dizer que estou no limite e preciso de, nesse dia, abrandar um pouco, e ter quem valorize o meu pouco-queixume e me proporcione uns momentos gratuitos de mimo e descontração, sem ser preciso sequer eu levantar a bandeira.
Às vezes é bom sentir que podemos sair do leme por que alguém o segura com toda a abnegação e firmeza com que nós mesmos fariamos.
O inconveniente?! Interromper dia após dia o sono que se pretende ser natural, o facto de passar, em média 9 horas do meu dia em frente a um ecrã de computador a ler, a escrever, a produzir documentos, a receber chamadas de 5 em 5 minutos, a orientar documentação, a imprimir e digitalizar documentos, a distribuir papelada e a procurar papiros há muito perdidos e esquecidos. Adocicando as minhas agitadas horas de trabalho estão os conflitos e mesquinhices que envolvem uma grande instituição com falta de recursos, de espaço, e de boa-educação.
Quando piora?! Quando saio do meu local de trabalho, que mesmo já tenso a capacidade de switch off de toda esta bosta, preparando-me para o que realemnte valorizo e tomo como "minha vida" (esposo, familia, amigos, relax, leitura, desporto, estudo, convivio, tranquilidade) deparo-me na situação em que há gente muito mais cansada que eu à minha volta. E lá ando eu, como se estivesse acabado de acordar de um bom sono, de um lado para o outro, bem-disposta, sorridente, activa e não-queixosa.
O resultado?! Ninguém realmente percebe que estou CANSADA e que, dia após dia, combato esse cansaço in order to live. Depois termino o dia com o sentimento de que fiz um pouco de quase-tudo o que gostava de fizesse parte dos meus dias, com a sensação de que fui capaz de conciliar todos esses diferentes campos da minha vida.
O que chateia?! Contarem com a minha energia, falha de queixume e boa disposição, como se fosse minha obrigação andar sempre assim. Como se perdesse o direito a estar cansada, a ter mau humor, a estar mortiça e desanimada.
A solução?! Sinceramente não sei... Deverá passar por me queixar como se faz à boa moda portuguesa. Queixar-me, revoltar-me, vitimizar-me e fazer uso do meu puxado dia para merecer atenção, carinho e apoio. Mas não sou bem assim. Claro que me queixo e desabafo. Mas sempre com leveza e desvalorizando o assunto. Se for eu a primeira a valoriza-lo, serei eu mesma a alimentar a minha letargia. E se não a quero, por que hei-de alimenta-la?
Mas, por favor, não usem o facto de não me queixar como arma contra mim mesma. Não usem o meu esforço de virar o jogo do cansaço para boa-disposição para sugarem a minha energia. Façam vocês o mesmo e virem o jogo! É possivel ser-se bem disposto e activo, mesmo quando o cenário sugere o oposto. É possivel.
O que sabe bem?! Um dia não ter que precisar de me queixar, nem dizer que estou no limite e preciso de, nesse dia, abrandar um pouco, e ter quem valorize o meu pouco-queixume e me proporcione uns momentos gratuitos de mimo e descontração, sem ser preciso sequer eu levantar a bandeira.
Às vezes é bom sentir que podemos sair do leme por que alguém o segura com toda a abnegação e firmeza com que nós mesmos fariamos.
domingo, 1 de setembro de 2013
The circle
Quem se conhece perdido e descontente enquanto forma de ser procura pessoas leves, animadas, positivas onde possa ir buscar forca e onde possa beber algum alivio. Precisa de se rodear destas pessoas por que no fundo as inveja e admira em proporcoes dificeis de definir. Temporariamente resulta. Temporariamente encontram nestes ambientes refugio e escape de mesmos. Mas a longo prazo a alegria e descontracao passa a soar a futilidade e passa a aer pesado para quem, ainda que neste ambiente, nao consegue integrar em si estes sentimentos. Aí come a o sentimento de desadequacao: afinal nao sou assim , nao pertenco a este grupo.
A leveza que,inicialmente, se procurava torna-se o maior peso.
Depois procura-se alguem com estrutura sentimental semelhante no intuito de se voltar a identificar com alguem, de nao se sentir o unico infeliz num grupo de festeiros; no intuito de nao se sentir ainda mais perdido e sozinho, sendo a unica diferenca a companhia de pessoas que, por mais que tente, nao se enquadra.
Mas as companhias emocionalmente similares a si proprio sao conforto e desabafo perfeitos, mas usualmente, nao sao impulsionadoras de mudanca positiva. Corre-se smp o risco de aerem esses amigos confortaveis a nos levarem a mergulharmos mais fundo no nosso miseravel fundo emocional.
Onde fica o equilibrio entao?!
Eu explico-vos: o equilibrio reside nas pessoas que ja passaram por muito, que ja conheceram o fundo do poco e que, por aua propria forca e decisao, decidiram subi-lo, abandona-lo. A solicao reside em procurarmos pessoas que poderiam passar o dia a queixar-ae e vitimizar-se por toda a miseria da sua vida, mas nao o fazem. Sao essas as pessoas que sao os pilares da sociedade, mesmo que passem totalmente despercebidas. Sao essas as pessoas que conseguem estar de forma confortavel num grupo festeiro, fazendo parte da festa, sem se esquecerem que a vida nao ae rese aquilo so. Sao as pessoas que param quando veem alguem a chorar por que conhecem a sensacao de chorar sozinho. Sao as pessoas que te puvem, empatizam com a tua dor mas nao te deixam ficares vitima dela. Sao as pessoas que te abracam para depoia te darem uma palmada nas costas para que saias desse dark place e sigas a tua vida. Sao as pessoas que nao abanam a caneca durante octeu desabafo e nao te dizem smp que estas certo so por que e isso que queres ouvir. Sao as pessoas que muitas vezes as sentes como chatas por que estao smp a puxar pelo melhor que ha em ti, mesmo que isso passe por te confrontares com as dores e marcas que estao em ti desde smp e que constantemente quiseste arrumar debaixo do tapete. As xs fazem nos sentir pressionados por que temos
Medo de nao estarmos a altura de dar a volta ao que aentimos, de ultrapassarmos o nosso abismo.
Sao so medos. Sao so medos legitimos! Ultrapassaveis - a reter!
Nao se podem esquecer que sao tambem essas pessoas fantasticas que por xs precisam do anraco e danpalmada nas costas que um dia ja nos deram.
A leveza que,inicialmente, se procurava torna-se o maior peso.
Depois procura-se alguem com estrutura sentimental semelhante no intuito de se voltar a identificar com alguem, de nao se sentir o unico infeliz num grupo de festeiros; no intuito de nao se sentir ainda mais perdido e sozinho, sendo a unica diferenca a companhia de pessoas que, por mais que tente, nao se enquadra.
Mas as companhias emocionalmente similares a si proprio sao conforto e desabafo perfeitos, mas usualmente, nao sao impulsionadoras de mudanca positiva. Corre-se smp o risco de aerem esses amigos confortaveis a nos levarem a mergulharmos mais fundo no nosso miseravel fundo emocional.
Onde fica o equilibrio entao?!
Eu explico-vos: o equilibrio reside nas pessoas que ja passaram por muito, que ja conheceram o fundo do poco e que, por aua propria forca e decisao, decidiram subi-lo, abandona-lo. A solicao reside em procurarmos pessoas que poderiam passar o dia a queixar-ae e vitimizar-se por toda a miseria da sua vida, mas nao o fazem. Sao essas as pessoas que sao os pilares da sociedade, mesmo que passem totalmente despercebidas. Sao essas as pessoas que conseguem estar de forma confortavel num grupo festeiro, fazendo parte da festa, sem se esquecerem que a vida nao ae rese aquilo so. Sao as pessoas que param quando veem alguem a chorar por que conhecem a sensacao de chorar sozinho. Sao as pessoas que te puvem, empatizam com a tua dor mas nao te deixam ficares vitima dela. Sao as pessoas que te abracam para depoia te darem uma palmada nas costas para que saias desse dark place e sigas a tua vida. Sao as pessoas que nao abanam a caneca durante octeu desabafo e nao te dizem smp que estas certo so por que e isso que queres ouvir. Sao as pessoas que muitas vezes as sentes como chatas por que estao smp a puxar pelo melhor que ha em ti, mesmo que isso passe por te confrontares com as dores e marcas que estao em ti desde smp e que constantemente quiseste arrumar debaixo do tapete. As xs fazem nos sentir pressionados por que temos
Medo de nao estarmos a altura de dar a volta ao que aentimos, de ultrapassarmos o nosso abismo.
Sao so medos. Sao so medos legitimos! Ultrapassaveis - a reter!
Nao se podem esquecer que sao tambem essas pessoas fantasticas que por xs precisam do anraco e danpalmada nas costas que um dia ja nos deram.
all my life, all along
Toda a minha vida desejei encontrar alguém realmente amasse e que me amasse em retorno. Alguém que fosse a continuação de mim mesma sem anular, e que o contrário acontecesse.
Em Fevereiro, quando a minha vida sofreu um "quantum point" o meu mais sincero e profundo desabafo com o meu amigo de alma foi "só queria ser amar e ser amada, sem que alguma complicação quotidiana abalasse tal cenário. Só isso!". A resposta foi simples "Já és e já amas, talvez só ainda não tenhas percebido!:)"
Estava a regressar de um fim-de-semana em Lisboa (típicas e necessárias fugas quando o sentimento de sufoco da minha aldeia se torna insuportável). Duas horas depois, ao regressar à minha aldeia, abre-se uma nova porta na minha vida.
Talvez o problema não seja não ser amada. Talvez o problema não seja não amar. Talvez o problema seja não sermos fortes o suficiente para perceber que todos os problemas quotidianos são só isso mesmo: nuances passageiras. Deixamo-nos levar por elas, procuramos cura e aventura em novas oportunidades que nos surgem (e porque a galinha da vizinha é sempre melhor que a minha), e alimentamos estas fantasias, estes escapes como se eles fossem boias de salvação de algo que, se for levado com dedicação e respeito, não precisa sequer de ser salvo.
Tolstoi escreveu que, na hora da morte do juiz, este perguntou à sua esposa "E se toda a minha vida foi um erro?". Claro que não foi Meritíssimo. Claro que não foi! Se não a tivesse vivido da forma que viveu, dedicado à família, à sociedade e à justiça, a sua história de mérito nunca teria sido contada.
Histórias de vidas erróneas podem-se perpetuar, mas como exemplos de quem tudo poderia ter e nada aproveitou. Histórias de inspiração perpetuam-se como exemplos e esperança.
Em Fevereiro, quando a minha vida sofreu um "quantum point" o meu mais sincero e profundo desabafo com o meu amigo de alma foi "só queria ser amar e ser amada, sem que alguma complicação quotidiana abalasse tal cenário. Só isso!". A resposta foi simples "Já és e já amas, talvez só ainda não tenhas percebido!:)"
Estava a regressar de um fim-de-semana em Lisboa (típicas e necessárias fugas quando o sentimento de sufoco da minha aldeia se torna insuportável). Duas horas depois, ao regressar à minha aldeia, abre-se uma nova porta na minha vida.
Talvez o problema não seja não ser amada. Talvez o problema não seja não amar. Talvez o problema seja não sermos fortes o suficiente para perceber que todos os problemas quotidianos são só isso mesmo: nuances passageiras. Deixamo-nos levar por elas, procuramos cura e aventura em novas oportunidades que nos surgem (e porque a galinha da vizinha é sempre melhor que a minha), e alimentamos estas fantasias, estes escapes como se eles fossem boias de salvação de algo que, se for levado com dedicação e respeito, não precisa sequer de ser salvo.
Tolstoi escreveu que, na hora da morte do juiz, este perguntou à sua esposa "E se toda a minha vida foi um erro?". Claro que não foi Meritíssimo. Claro que não foi! Se não a tivesse vivido da forma que viveu, dedicado à família, à sociedade e à justiça, a sua história de mérito nunca teria sido contada.
Histórias de vidas erróneas podem-se perpetuar, mas como exemplos de quem tudo poderia ter e nada aproveitou. Histórias de inspiração perpetuam-se como exemplos e esperança.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
que é feito ?
sem tempo para mais, peguei no meu porta moedas e corri para fora do edifício para conseguir, no mesmo passo de correria, tomar o meu café da manhã. Este gesto já é automático e instintivo cada vez que sinto a necessidade de abastecer os meus níveis de cafeina. É um gesto rápido e oportunista, visto que se não o faço naquele segundo a oportunidade de sair do gabinete pode ser seriamente comprometida.
E assim ia eu, de fugida e em piloto automático, de passo apressado para tomar café!
- Meniiina! -oiço eu! Um tom doce chama por uma menina. Olho para o palrador: era dirigido a mim.
- Oh ... Senhor Antóniio!! - digo, enquanto o meu passo apressa em direção a ele.
Tive vontade de o abraçar. Forte! Tive vontade de chorar. Estranho: senti este encontro como uma despedida.
O Sr. António é um doente crónico. Homem sozinho no mundo. Uma figura sempre aprumada, sempre educado e de sorriso tímido. aparecia quase todos os dias quando eu trabalhava na urgência. Nunca conheci um doente tão carente e sozinho, mas tão respeitador do nosso espaço, sem nos exigir qualquer atenção especial, sem nos querer roubar tempo algum, sem nos cobrar nada. Foi o único doente nestas condições que manteve sempre a sua doçura, o respeito, a amizade sem nunca deixar a sua solidão e necessidade de apoio ser mais forte que ele e cobrar-nos parte da sua cura através da nossa atenção.
Ao contrario, exatamente ao contrario de todos os outros, este senhor aparecia sempre TODOS OS DIAS, com um sorriso, uns minutos para nos olhar nos olhos e perguntar se estava tudo bem. E sempre com um saco de rebuçados ou caramelos que ia distribuindo a mão cheia por todas nós.
Não o via há cerca de um ano. Vi-o nesta manhã. O sorriso doce era o mesmo e a sua mão segurava uma dúzia de rebuçados de morango.
Fiquei tão feliz por o ter encontrado. Tão feliz! Ele demonstrou a mesma felicidade. Foi um encontro mágico!
Ali, parei! Ali percebi que a minha ligação com as pessoas é uma vertente bastante forte na minha vida. Sinto falta! Sinto falta de segurar uma mão quando essa pessoa precisa. Sinto falta de sentir que ajudo. Sinto falta de estar em contacto com diferentes pessoas. De ser um campo neutro onde podem depositar emoções e desabafos.
Espero que o meu coração esteja errado Sr. António. Espero que este encontro não tenha sido na verdade uma despedida, tal como o meu coração o sentiu. Espero receber muitas mais mãos cheias de rebuçados seus. Espero ver o seu sorriso em muitas mais manhãs.
Apesar de me emocionar com isto, as lágrimas são mais de gratidão do que de tristeza. Estou grata por ter tido a oportunidade de conhecer estes exemplos de vida e por ter nutrido relações tão impares com pessoas que me eram totalmente estranhas.
Relembra-me que tenho de ponderar o meu caminho...
E assim ia eu, de fugida e em piloto automático, de passo apressado para tomar café!
- Meniiina! -oiço eu! Um tom doce chama por uma menina. Olho para o palrador: era dirigido a mim.
- Oh ... Senhor Antóniio!! - digo, enquanto o meu passo apressa em direção a ele.
Tive vontade de o abraçar. Forte! Tive vontade de chorar. Estranho: senti este encontro como uma despedida.
O Sr. António é um doente crónico. Homem sozinho no mundo. Uma figura sempre aprumada, sempre educado e de sorriso tímido. aparecia quase todos os dias quando eu trabalhava na urgência. Nunca conheci um doente tão carente e sozinho, mas tão respeitador do nosso espaço, sem nos exigir qualquer atenção especial, sem nos querer roubar tempo algum, sem nos cobrar nada. Foi o único doente nestas condições que manteve sempre a sua doçura, o respeito, a amizade sem nunca deixar a sua solidão e necessidade de apoio ser mais forte que ele e cobrar-nos parte da sua cura através da nossa atenção.
Ao contrario, exatamente ao contrario de todos os outros, este senhor aparecia sempre TODOS OS DIAS, com um sorriso, uns minutos para nos olhar nos olhos e perguntar se estava tudo bem. E sempre com um saco de rebuçados ou caramelos que ia distribuindo a mão cheia por todas nós.
Não o via há cerca de um ano. Vi-o nesta manhã. O sorriso doce era o mesmo e a sua mão segurava uma dúzia de rebuçados de morango.
Fiquei tão feliz por o ter encontrado. Tão feliz! Ele demonstrou a mesma felicidade. Foi um encontro mágico!
Ali, parei! Ali percebi que a minha ligação com as pessoas é uma vertente bastante forte na minha vida. Sinto falta! Sinto falta de segurar uma mão quando essa pessoa precisa. Sinto falta de sentir que ajudo. Sinto falta de estar em contacto com diferentes pessoas. De ser um campo neutro onde podem depositar emoções e desabafos.
Espero que o meu coração esteja errado Sr. António. Espero que este encontro não tenha sido na verdade uma despedida, tal como o meu coração o sentiu. Espero receber muitas mais mãos cheias de rebuçados seus. Espero ver o seu sorriso em muitas mais manhãs.
Apesar de me emocionar com isto, as lágrimas são mais de gratidão do que de tristeza. Estou grata por ter tido a oportunidade de conhecer estes exemplos de vida e por ter nutrido relações tão impares com pessoas que me eram totalmente estranhas.
Relembra-me que tenho de ponderar o meu caminho...
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Questão basilar
E desde sempre o Homem se perguntou: mas afinal, o que é o amor?
Tendemos a complicar o que é simples e a questionar o que não é passível de questionamento. Será que é parte integrante do que somos enquanto seres? (questionamento: cá está!)
Ora, o que é o amor?
Se existe uma resposta para esta questão certamente ela passa pela aceitação e pela incondicionalidade. Da mesma forma que passa pela consciencialização de que existem diferentes formas de amar, enquanto o sentimento a que se subsume é o mesmo. Como a tela do cenário de um teatro, que pode ser alterada, retocada, reformulada, mas a tela, o sítio onde ela se encaixa e a nossa automática presunção de que ela vai lá estar (ainda mesmo quando as cortinas estão fechadas). Assim é o amor. Todo o cenário e ser amado pode ser diferente, mas o sentimento de que se fala é o mesmo.
Amar é reconhecer todos os pontos do outro ser, com os quais podemos não nos identificar, e ainda assim querer tudo de melhor para aquela pessoa. É aceitação e incondicionalidade. É reconhecer que cada gesto daquela pessoa mexe connosco. É não ter medo! É deixarmo-nos levar. É estarmos prontos para nos entregar de coração aberto, sem ego ou barreiras. É despirmo-nos por completo.
Não sei as voltas que a vida irá dar. Só sei que dá muitas! Mas conforta-me saber que amo! Conforta-me saber que pela primeira vez na minha vida me coloco nas mãos de alguém, despida de tudo, reconhecendo receio em mim de que esta pessoa não me cubra e proteja do frio. E ainda assim não me querer vestir.
Claro que é assustador. Mas é lindo! É lindo conhecer-me enquanto alguém que perdeu o medo de se entregar. Que decidiu, em total consciência, que não quer amar sozinha e em silencio. Decidi que posso estar à mercê desta pessoa. Mesmo que ela me magoe. Se assim for, serei forte para me curar e olhar para esta historia como a mais bonita história de amor que vivi, onde me deixei levar, tal como uma alga no embalar das ondas.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
A rede do trapézio
Estava no ritual de supermercado com o meu actual companheiro. Sou esquisita no que toca a compras de mercearia: preciso estar inspirada e com muita paciência para andar a vagabundear pelos intermináveis e incipientes corredores forrados de produtos que nem entendemos para que servem.
Ao passar para o corredor dos produtos de limpeza, olhei para o meu lado esquerdo, e enquanto o peso do meu corpo se apoiava no carrinho das compras, olhei para o corredor de puericultura. Sem pedir licença o meu coração transportou-me para uns longos anos atrás quando tinha uma outra relação estável e afectuosa repleta de sonhos de futuro. Nunca ignoravamos este corredor, estavamos sempre a par dos preços destes produtos, sempre a par das novidades desta área, sempre actualizados e interessados.
Aquilo foi amor e paixão incandescente até ao último dia. E falamos de 6 anos! Foi a mais pura e transparente relação que tive até hoje. A mais bonita, dedicada e a mais saudável.
Não resultou. Está tudo muito bem arrumado dentro de ambos. Continuamos amigos daqueles que se contactam quando o mundo parece desabar e parece que mais ninguém irá entender o que sentimos naquele momento sem que tenhamos de fazer uma palestra sentimental de 40 horas. Agora somos aqueles amigos seguros o suficiente para passarmos 8 ou 9 meses sem nos falarmos, seguros que no dia da calamidade, sem dividas ou cobranças, podemos ligar e conversar um pouco.
Não tenho pena que não tenha resultado por que não iria resultar nem ali, nem mais 6 ou 60 anos depois.
Eramos protectores e dedicados demais para que pudéssemos crescer enquanto individualidades e enquanto seres autónomos. Claro que a dedicação é excelente numa relação, é o seu pano de fundo irrefutável, mas jamais quando não há margem para o outro ser independente. Há um equilíbrio sábio a manter aqui !
Só tenho pena de uma coisa: de imaginar que já vivi esta relação maravilhosa, dedicada, pura, doce e duradoira e ainda não ter encontrado quem me traga isto de volta. É uma construção de ambos é certo, mas até agora ainda não fui capaz do voltar a construir nem de encontrar quem queira construir algo nesta medida, com esta intensidade que na realidade é simples! E como tudo o que é simples, é maravilhoso!!!
Ao passar para o corredor dos produtos de limpeza, olhei para o meu lado esquerdo, e enquanto o peso do meu corpo se apoiava no carrinho das compras, olhei para o corredor de puericultura. Sem pedir licença o meu coração transportou-me para uns longos anos atrás quando tinha uma outra relação estável e afectuosa repleta de sonhos de futuro. Nunca ignoravamos este corredor, estavamos sempre a par dos preços destes produtos, sempre a par das novidades desta área, sempre actualizados e interessados.
Aquilo foi amor e paixão incandescente até ao último dia. E falamos de 6 anos! Foi a mais pura e transparente relação que tive até hoje. A mais bonita, dedicada e a mais saudável.
Não resultou. Está tudo muito bem arrumado dentro de ambos. Continuamos amigos daqueles que se contactam quando o mundo parece desabar e parece que mais ninguém irá entender o que sentimos naquele momento sem que tenhamos de fazer uma palestra sentimental de 40 horas. Agora somos aqueles amigos seguros o suficiente para passarmos 8 ou 9 meses sem nos falarmos, seguros que no dia da calamidade, sem dividas ou cobranças, podemos ligar e conversar um pouco.
Não tenho pena que não tenha resultado por que não iria resultar nem ali, nem mais 6 ou 60 anos depois.
Eramos protectores e dedicados demais para que pudéssemos crescer enquanto individualidades e enquanto seres autónomos. Claro que a dedicação é excelente numa relação, é o seu pano de fundo irrefutável, mas jamais quando não há margem para o outro ser independente. Há um equilíbrio sábio a manter aqui !
Só tenho pena de uma coisa: de imaginar que já vivi esta relação maravilhosa, dedicada, pura, doce e duradoira e ainda não ter encontrado quem me traga isto de volta. É uma construção de ambos é certo, mas até agora ainda não fui capaz do voltar a construir nem de encontrar quem queira construir algo nesta medida, com esta intensidade que na realidade é simples! E como tudo o que é simples, é maravilhoso!!!
Raio de Raça
Mas que raio de raça somos nós!
Uma alcateia de lobos esmera-se para caçar a sua refeição. Depois de a conseguir deleita-se ao sol pacificamente a deliciar a sua conquista. Com fome, mas sem pressas. Dão-se por satisfeitos, desfrutam a sensação de barriga cheia, descansam na pradaria e depois é hora de brincar. Quando houver fome novamente logo se pensará na caçada seguinte.
Uma multidão...Aliás, (arrisco) 99% de todos os seres humanos habitantes deste planeta, queremos muito algo, durante muito tempo. Ai, se o desejamos! Suspiramos e cerramos os dentes cada vez que pensamos nisso. Finalmente o temos!!! "Ai, como eu desejava isto" - dizemos nos primeiros segundos. Os segundos seguintes são monótonos e silenciosos. Afinal, já o tenho. E agora? Agora já não tem o mínimo interesse. Agora vou procurar defeitos, incluir desagrados. Bolas, afinal isto é uma seca. Afinal não estou satisfeito!
Somos, por certo, a raça mais estúpida do planeta e não a mais inteligente.
Neste preciso momento estou a sentir "Afinal não estou satisfeita!" na minha pele. E estou tão revoltada comigo própria! Sei que isto que a vida me trouxe é o mais próximo daquilo que há anos desejo. Sei que deveria relaxar e aproveitar cada segundo. Pior, sei também que já fui capaz de o fazer, mas no período inicial em que a dita bênção é novidade. E pior que isto???? Saber que só a mim, e somente a mim cabe o poder de reverter isto e ainda assim não o consigo (ainda) fazer. Não consigo estar aqui e agora, sem preocupações, sem medos, sem hesitações e com entrega total.
E por isto sofro. Por isto me revolto. Por isso me sinto perdida no que devo ou não pensar, no que está certo ou errado. Por isto me sinto triste e frustrada comigo mesma e, logo, com o Mundo todo.
Por que não podemos nós aproveitar o que conquistamos? Sem dor, medo ou preocupações?
Uma alcateia de lobos esmera-se para caçar a sua refeição. Depois de a conseguir deleita-se ao sol pacificamente a deliciar a sua conquista. Com fome, mas sem pressas. Dão-se por satisfeitos, desfrutam a sensação de barriga cheia, descansam na pradaria e depois é hora de brincar. Quando houver fome novamente logo se pensará na caçada seguinte.
Uma multidão...Aliás, (arrisco) 99% de todos os seres humanos habitantes deste planeta, queremos muito algo, durante muito tempo. Ai, se o desejamos! Suspiramos e cerramos os dentes cada vez que pensamos nisso. Finalmente o temos!!! "Ai, como eu desejava isto" - dizemos nos primeiros segundos. Os segundos seguintes são monótonos e silenciosos. Afinal, já o tenho. E agora? Agora já não tem o mínimo interesse. Agora vou procurar defeitos, incluir desagrados. Bolas, afinal isto é uma seca. Afinal não estou satisfeito!
Somos, por certo, a raça mais estúpida do planeta e não a mais inteligente.
Neste preciso momento estou a sentir "Afinal não estou satisfeita!" na minha pele. E estou tão revoltada comigo própria! Sei que isto que a vida me trouxe é o mais próximo daquilo que há anos desejo. Sei que deveria relaxar e aproveitar cada segundo. Pior, sei também que já fui capaz de o fazer, mas no período inicial em que a dita bênção é novidade. E pior que isto???? Saber que só a mim, e somente a mim cabe o poder de reverter isto e ainda assim não o consigo (ainda) fazer. Não consigo estar aqui e agora, sem preocupações, sem medos, sem hesitações e com entrega total.
E por isto sofro. Por isto me revolto. Por isso me sinto perdida no que devo ou não pensar, no que está certo ou errado. Por isto me sinto triste e frustrada comigo mesma e, logo, com o Mundo todo.
Por que não podemos nós aproveitar o que conquistamos? Sem dor, medo ou preocupações?
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Changing
Estou a estudar novas coisas. Finalmente sinto que encontrei aquilo que procurava.
Tenho traços de autodidata e sempre comprei livros de budismo, kabala, auto-conhecimento, desenvolvimento pessoal, pricologia, estudos emocionais, biografias introspectivas, meditação, etc. Enfim, sempre quis absorver tudo sobre este tipo de temas no intuito dos intregrar, me compreender melhor e atingir a tão almejada paz e tranquilidade de quem está de bem com vida e , principlamnete, consigo.
Agora percebo que, apesar dos meus 25 anos de existência, desde que tenho consciencia de que a consciencia existe, sempre me senti perdida, incompleta, insatisfeita, ansiosa e abandonada.
Isto explica o meu incessante interesse por todas estas filosofias apaziguadoras do espirito e a minha necessidade de desenvolvimento pessoal. A inquietude força-nos a procurar a tranquilidade.
Como autodidata e inexperiente meditante, e devido à aparente complexidade das filosofias simplistas, o conhecimento não ficava integrado de forma clara e consolidada. Chegava mesmo a olhar para todos os livros daquele tipo de repousavam nas minhas estantes e pensava "Bolas, como adorava saber reproduzir de forma confiante o que li nestes livros!!" Isso não acontecia por que as ideias ficavam estendidas na minha mente como lençois numa cama feita de lavado, mas à primeira dormida as ideias confundiam-se, enrugavam-se e as dúvidas apoderavam-se do leito agora quase desfeito fazendo-me acreditar que seria dificil "esticar o lençol" novamente.
Lia experiencias meditativas que contavam sensações tais que me pareciam similares a algumas que já tinha sentido, mas descreditava essas minhas sensações pensando "mas afinal quem sou eu, uma miúda inexperiente, para acreditar que já senti o que este 'mestre' me descreve, quando ele se dedicou uma vida inteira a isto e eu ando só aqui, na minha intimidade e como se estivesse a praticar rituais de uma seita ingrata, sozinha e às escondidas?"
Ao ler uma nova biografia de um mestre reconhecido e reswpeitado no seu meio e iniciando uma nova prática de yoga percebi que afinal sempre fui praticante de yoga toda a minha vida e nunca o entendi!!!!
Tenho-me regido por principios sensoriais e conscienciaçlizei-me da importancia da não repressão. Inocente e inconscientemente sempre pautei a minha vida por principios da filosofia yoga e nunca percebi. E afinal, muitos mais de nós o fazemos sem percebermos.
É algo tão natural e orgânico que podemos mesmo passar uma vida a praticar as suas nuances sem percebermos.
Há uma analogia interessante que conheci à pouco tempo: se tivermos um recipiente com água e depositarmos umas gotas de corante o certo é que a primeira gota não é perceptivel a olhos vistos, se bemque ela está lá. A segunda gota também não fará grande alteração na cor da água mas já se está um passo mais próximo na alteração da sua cor. Assim, sucessivamente, se irão depositando novas gotas de corante e cada uma irá desempenhar a sua função uma etapa necessária até que a água tenha cor. E desta forma sinto que foi comigo: todos es "estudos" e experiencias anteriores foram gotas que acumulei na minha sabedoria e experiência para que agora a minha água comece a ganhar cor.
Quero acreditar que este yoga não é a meta do meu percurso por que nao quero cessar a busca, mas estou deveras bastante contente por que encontrei o treinador adequado para executar a minha maratona :)
As melhores mudanças são aquelas que se vão dando de forma lenta e gradual, sem causar choque ou mudança brusca! Assim sim é um verdadeiro crescimento!
Tenho traços de autodidata e sempre comprei livros de budismo, kabala, auto-conhecimento, desenvolvimento pessoal, pricologia, estudos emocionais, biografias introspectivas, meditação, etc. Enfim, sempre quis absorver tudo sobre este tipo de temas no intuito dos intregrar, me compreender melhor e atingir a tão almejada paz e tranquilidade de quem está de bem com vida e , principlamnete, consigo.
Agora percebo que, apesar dos meus 25 anos de existência, desde que tenho consciencia de que a consciencia existe, sempre me senti perdida, incompleta, insatisfeita, ansiosa e abandonada.
Isto explica o meu incessante interesse por todas estas filosofias apaziguadoras do espirito e a minha necessidade de desenvolvimento pessoal. A inquietude força-nos a procurar a tranquilidade.
Como autodidata e inexperiente meditante, e devido à aparente complexidade das filosofias simplistas, o conhecimento não ficava integrado de forma clara e consolidada. Chegava mesmo a olhar para todos os livros daquele tipo de repousavam nas minhas estantes e pensava "Bolas, como adorava saber reproduzir de forma confiante o que li nestes livros!!" Isso não acontecia por que as ideias ficavam estendidas na minha mente como lençois numa cama feita de lavado, mas à primeira dormida as ideias confundiam-se, enrugavam-se e as dúvidas apoderavam-se do leito agora quase desfeito fazendo-me acreditar que seria dificil "esticar o lençol" novamente.
Lia experiencias meditativas que contavam sensações tais que me pareciam similares a algumas que já tinha sentido, mas descreditava essas minhas sensações pensando "mas afinal quem sou eu, uma miúda inexperiente, para acreditar que já senti o que este 'mestre' me descreve, quando ele se dedicou uma vida inteira a isto e eu ando só aqui, na minha intimidade e como se estivesse a praticar rituais de uma seita ingrata, sozinha e às escondidas?"
Ao ler uma nova biografia de um mestre reconhecido e reswpeitado no seu meio e iniciando uma nova prática de yoga percebi que afinal sempre fui praticante de yoga toda a minha vida e nunca o entendi!!!!
Tenho-me regido por principios sensoriais e conscienciaçlizei-me da importancia da não repressão. Inocente e inconscientemente sempre pautei a minha vida por principios da filosofia yoga e nunca percebi. E afinal, muitos mais de nós o fazemos sem percebermos.
É algo tão natural e orgânico que podemos mesmo passar uma vida a praticar as suas nuances sem percebermos.
Há uma analogia interessante que conheci à pouco tempo: se tivermos um recipiente com água e depositarmos umas gotas de corante o certo é que a primeira gota não é perceptivel a olhos vistos, se bemque ela está lá. A segunda gota também não fará grande alteração na cor da água mas já se está um passo mais próximo na alteração da sua cor. Assim, sucessivamente, se irão depositando novas gotas de corante e cada uma irá desempenhar a sua função uma etapa necessária até que a água tenha cor. E desta forma sinto que foi comigo: todos es "estudos" e experiencias anteriores foram gotas que acumulei na minha sabedoria e experiência para que agora a minha água comece a ganhar cor.
Quero acreditar que este yoga não é a meta do meu percurso por que nao quero cessar a busca, mas estou deveras bastante contente por que encontrei o treinador adequado para executar a minha maratona :)
As melhores mudanças são aquelas que se vão dando de forma lenta e gradual, sem causar choque ou mudança brusca! Assim sim é um verdadeiro crescimento!
domingo, 14 de outubro de 2012
If I only knew . . .
se eu ao menos soubesse como afinal o caminho é simples. Sempre me quis encontrar e sempre me procurei. Corri, nadei, escalei, batalhei.... afinal é bem mais simples!
E como é lindo! Só quem não se procura, ou não se quer encontrar, não entende.
E como é lindo! Só quem não se procura, ou não se quer encontrar, não entende.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Intuição
O meu coração soube da mesma forma que o meu coração sabe agora!
Doí saber que alguém se descuidou no trato do meu coração. Doi saber de forma tão veemente e antecipada.
Doí saber que alguém se descuidou no trato do meu coração. Doi saber de forma tão veemente e antecipada.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Afinal
Tenho tanta vergonha de afrmar que afinal não tinha qualquer razão.
Vocês sabem aquelas cenas tipicas de filme em que a mulher desconfia do seu companheiro devido a uma sequência de "segredos", contactos e telefonemas estranhos e mal entendidos que em tudo lhe sugerem traição e alimentam uma desconfiança e insegurança tremenda; tudo para, no fim de contas, perceber que ele lhe estava a preparar uma festa surpresa onde a iria pedir em casamento?! E sabem como a mulher morre de vergonha e se sente uma verdadeira tótó por todas as asneiradas que tinha imaginado, por todos os dramas que tinha feito e por tudo o que tinha posto em causa sem qualquer motivo, afinal ?!
Pois é! Recentemente senti-me assim mesmo. Fiquei tão envergonhada comigo mesma por perceber a facilidade com que a nossa cabeça é alimentada pela insegurança e pelo desejo de entender o que sentimos que nos anda a escapar e por querer descobrir o que nos parece vedado.
Mas (raios partam, há sempre um "mas") não nos podemos esquecer que, da mesma forma que aquelas cenas de cinema que supra descrevi e que tão bem retratam a realidade, também incluem uma paixoneta, uns contratempos e um beijo desviante, enquanto o homem prepara a dita surpresa. Também assim o é na realidade então, creio!
Vocês sabem aquelas cenas tipicas de filme em que a mulher desconfia do seu companheiro devido a uma sequência de "segredos", contactos e telefonemas estranhos e mal entendidos que em tudo lhe sugerem traição e alimentam uma desconfiança e insegurança tremenda; tudo para, no fim de contas, perceber que ele lhe estava a preparar uma festa surpresa onde a iria pedir em casamento?! E sabem como a mulher morre de vergonha e se sente uma verdadeira tótó por todas as asneiradas que tinha imaginado, por todos os dramas que tinha feito e por tudo o que tinha posto em causa sem qualquer motivo, afinal ?!
Pois é! Recentemente senti-me assim mesmo. Fiquei tão envergonhada comigo mesma por perceber a facilidade com que a nossa cabeça é alimentada pela insegurança e pelo desejo de entender o que sentimos que nos anda a escapar e por querer descobrir o que nos parece vedado.
Mas (raios partam, há sempre um "mas") não nos podemos esquecer que, da mesma forma que aquelas cenas de cinema que supra descrevi e que tão bem retratam a realidade, também incluem uma paixoneta, uns contratempos e um beijo desviante, enquanto o homem prepara a dita surpresa. Também assim o é na realidade então, creio!
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